Concerto da Paróquia
- stepcesar
- 19 de mar. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 9 de abr. de 2022

No dia 20 de dezembro de 2014 fomos convidados para uma comemoração de Natal onde haveria comes e bebes e também um momento musical. Fomos apenas para a sessão musical, chegamos ao local as 2:50hrs da tarde, fomos de metrô devido a dificuldade de encontrar espaço na rua ou algum estacionamento mesmo que pago. A viagem foi tranquila e pegamos o trem G, trocando para o trem L na estação Metropolitan ainda no Brooklyn e depois na rua 14 já em Manhattan mudamos para o trem Expresso 3 que nos levou da rua 14 até a rua 145 a duas quadras do endereço.
O local da festa foi numa igreja no Harlem, na Rua 146. O Harlem é muito famoso na história devido ser um local onde os Afro-Americanos são a maioria da população do local, sobrando um pequeno percentual de hispanos, vizinhança dita como perigosa, mas hoje em dia qualquer lugar tem o seu perigo, por isso devemos está sempre alerta e com a obrigação de tomarmos os devidos cuidados. Existe até um folclore de que branco não entra na vizinhança o que hoje não se aplica, se era verdade hoje não é mais.
A igreja é protestante, e as igrejas protestantes nos Estados Unidos via de regra tem em seus cultos muita música e música bem executada e bem cantada por sinal. Ao entrarmos no recinto, notamos a necessidade de reforma a qual a igreja carece, está bem judiada a coitada, no corredor principal haviam portas dos dois lados onde numa delas havia muita gente comendo e se deliciando com a oferenda que fazia parte da festa natalina na Igreja cujo nome é “Greater Hood Memorial AME Zion Church”. Outra porta é onde se realizam os cultos, acredito eu, e seria onde o concerto musical tomaria lugar, o local também já bem cansado e não tinha a aparência de limpeza, os bancos no mesmo estilo das igrejas que conhecemos bem longos em quatro seções, o lay-out do espaço é geomètricamente quadrado, portanto todos ficam próximos ao palco ou altar. O pessoal a medida que terminava sua ceia ia se dirigindo para o interior daquele setor onde haveria o culto musical, por volta de 3:25 uma senhora, mestra de cerimônia subiu num pequeno degrau onde há uma espécie de púlpito e um microfone, ela passou a anunciar o motivo do encontro e festa, em seguida uma outra senhora Ms. Lorraine Godwin apresentou a cantora Julia Simpson e os seus acompanhantes, o pianista Keiji Ishiguro e o trumpetista William Ungewitter os dois muito jovens por sinal, no começo de suas carreiras que tenho certeza promissora, digo isto após ouví-los tocar e não foi a primeira vez.
Enfim a música começa e Júlia solta sua voz, era como se um anjo tivesse chegado ao local tal a leveza do cantar e o som a tomar conta do espaço como se fosse flocos de neve a cair e fazerem um som acompanhado de um dedilhar de piano e toques aqui e ali de trumpete e a cada música a energia do local crescia e tomava conta da plateia e com direito a um solo de piano e outro de trumpete e também duas nas quais os dois tocaram juntos e uma delas foi a famosa “Let It Snow”.
Julia voltou a cantar e a encantar aos presentes de maneira que posso descrever que ela tem realmente o dom de cantar e ela não é grande em tamanho, é esbelta, mas quando solta a voz ela cresce tanto como se fosse magia, coisas criadas por Deus, disso não tenho dúvida.
No final do agradável concerto musical a Mestra de Cerimônia tomou de volta o microfone agradecendo a presença de todos e já a anunciar o culto no dia seguinte, domingo às nove horas da manhã. O Pastor que estava presente em seguida pegou o microfone e passou a fazer um sermão, aqueles normais com direito a passagens da Bíblia etc. O que é agradável até certo ponto pois geralmente eles não sabem a medida do tempo que deveriam falar e encerrar em momento de alta atenção do público, pelo menos para mim que não frequento cultos habiltualmente parece algo interminável e até massante pois parece repetição aqui e ali. De qualquer forma é a função do Pastor, os seus fiéis gostam e o poróprio se lisonjeia a dizer que tem uma dádiva divino de falar tanto e daquela forma o que particularmente não me agrada, sem intenções de invadir o gosto das demais pessoas, pois gosto não se discute e sim educa-se.
Foi uma tarde bem agradável com aquela música maravilhosa, própria para esta época de natal e ela ficou a rolar em minha cabeça por um certo tempo, sinal de coisa boa.
Finalmente, fomos para a estação e tomamos o trem 3 de volta até a estação da Rua 14 e de lá tomamos o trem F ao invés do G e trocamos novamente de trem desta feita na Rua Delancey, rua que é continuação da ponte Williansburg que atravessa o Rio Hudson ligando Manhattan ao Brooklyn.
Soubemos por um telefonema de um membro da família que houvera um incidente nas redondezas onde moramos, onde dois policiais foram mortos por um rapaz vindo de Baltimore onde havia também assassinado sua namorada e o fim do drama foi na estação do trem G, onde o rapaz que morava em Atlanta na Georgia se suicidou, justamente na estação utilizada por nós e a Polícia havia fechado a linha G para as investigações e apuração do incidente.
Uma tarde que começou maravilhosa e como quase tudo na vida com sua compensação de tristeza e esta foi paga a vista, logo na sequência.
Esperamos e oramos para que este Natal seja apenas maravilhoso e sem surpresas de qualquer tipo, que a paz esteja em nossa volta onde quer que estejamos.
Dec 22nd 2014








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